segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Sonhos de uma noite de verão.


Os contos da meia noite.
Sonhos de uma noite de verão.

                 Noite alta. Um vento calmo vindo da floresta refrescava o calor de fogo que aos poucos ia se apagando. O espírito de uma coruja piou na floresta e o fogo apagou. As patrulhas cansadas já tinham ido dormir. Um silencio enorme se fez em todos os campos de Patrulha. Sozinho olhava com carinho as brasas adormecidas. O calor da noite me faz olhar para o céu e vi tantas estrelas brilhantes que me apaixonei por uma delas. Logo um cometa com uma cauda colorida enorme deixou um rastro onde se podia ler: - Sempre Alerta Escoteiro, o espírito da coruja reina no acampamento. Hora de dormir!

                   Um escoteiro mateiro um autêntico acampador sabe que a vida não acontece dentro de casa, na cidade e no país. Ela acontece em todo o universo invisível para nós. Pensando melhor se somos adeptos de Baden-Powell três coisas não podem ser escondidas por muito tempo: - O Sol, a Lua e a verdade. Foram anos e anos vivendo e dormindo sob o manto do universo. Torno a olhar novamente para o alto e fico a admirar os maravilhosos pontos brilhantes que andam devagar pelo céu. Parecem as maravilhosas dádivas que brincam brilhando a iluminar meus passos firmes rumo a minha barraca.

                    Deito extasiado pensando na beleza da noite e minha alma se expande em reverência ao criador. Ah! Mundo fantástico! Tento dormir, pois sei que depois que a lua adormece... É que o sol acontece! Foi um dia e tanto. Escoteiros correndo na grama na ponte, na mata e no morro do agreste. Santo Mel depois do banho me procurou. Senti logo que ele precisava de uma palavra de carinho. Acostumou a deitar no colo de sua mãe e quando as saudades apertavam, ele sempre me procurava.

                       O incentivei a cantar com a Patrulha. Falei baixinho em seu ouvido: - Vai em frente Santo Mel, e se der medo, vai com medo mesmo. Não sei se seria isto que ele queria ouvir. Não sou filósofo nem poeta. Disse a ele que sua coragem é maior que seu medo e que sua força é tão grande como sua fé. Chefe, não tenho as ilusões do mundo, não tenho o dom de estar sempre certo. Porque chorar só porque a saudade aperta? Calei. Eu não era Salomão ou Maomé. Do fundo do coração terminei dizendo: - A dor da separação meu amigo faz você mais forte, o medo faz você mais corajoso e a paciência você mais sábio.


                       Não sei o que ele pensou ou decidiu. Antes de ele voltar para seu campo de Patrulha repeti: - Santo Mel, o importante mesmo é que tente sempre ser feliz. Afinal você vai ter que aprender que a vida só dá asas a quem não tem medo de cair! – Não o vi mais e dormi. Sonhei, pensei que a felicidade e o espírito da coruja morava neste acampamento. Uma brisa suave caiu sobre a barraca. Eu dormia a sono solto. Sabia que amanhã era outro dia. Mais um dia para viver feliz e em paz no acampamento que sempre amei. 

Nota de rodapé: Filosofando e escoteirando. Faz parte da sina de qualquer escoteiro que ama a natureza. Boa leitura e meu Sempre Alerta para Servir!

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