quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

O relógio de Madalena.


Contos para Fogo de Conselho.
O relógio de Madalena.

                               O Grupo Escoteiro que Madalena participava quando menina costumava encerrar as atividades de fim de ano com uma grande cerimônia de Bandeira em praça pública.  Ela adorava aquela festividade porem nunca fui convidada para ser escolhida como responsável para o hasteamento da Bandeira Nacional o que lhe trazia certa mágoa. Quando fez treze anos avisaram a ela que finalmente ela seria escolhida para o hasteamento da bandeira Nacional. Ela sorriu e ficou felicíssima. Mas este estado de espírito durou pouco. Escolheram outra escoteira para ser aquela que seguraria a bandeira. Sua decepção foi tremenda. Voltou para casa com os olhos cheios de lágrimas.

                              Sua mãe quis saber o que se passava e ouviu toda sua história entre lágrimas e soluços. Sem nada dizer ela foi buscar um bonito relógio de bolso de seu pai e o colocou em suas mãos dizendo: - O que é isto que você está vendo? – Um relógio de ouro com mostrador e ponteiros. – Em seguida a sua mãe abriu a parte traseira do relógio e repetiu a pergunta: - O que você está vendo?  Ela respondeu: - Ora mamãe, aí dentro parece haver centenas de rodinhas e parafusos! – Sua mãe a surpreendia, pois aquilo nada tinha a ver com o motivo de seu aborrecimento. Entretanto calmamente ela prosseguiu: - Este relógio tão necessário ao seu pai e tão bonito seria absolutamente inútil se nele faltasse qualquer parte, mesmo a mais insignificante das rodinhas ou o menor dos parafusos.

                            Ela e sua mãe trocaram um olhar calmo e amoroso, ela compreendeu que sem que ela precisasse dizer mais nada. Essa pequena lição tem ajudado muito a Madalena para ser feliz como escoteira e em sua vida. Aprendeu com a máquina daquele relógio quão excenciais são mesmo os deveres mais ingratos e difíceis, que cabem a todos nós. Afinal ela tinha uma patrulha para ajudar.

                             Não importa que sejamos o mais ínfimo parafuso ou a mais ignorada rodinha, desde que o trabalho, em conjunto, seja para o bem de todos. Ela percebeu também que se o esforço tiver êxito o que menos importa são os aplausos exteriores. O que vale mesmo é a paz de espírito e do dever cumprido!


(Adaptado do livro: E, para o resto da vida... de Wallace Leal V. Rodrigues).

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