sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Porque não contar uma historia?


Conversa ao pé do fogo.
Porque não contar uma historia?

                    “Não há quem resista a boas histórias. Nas páginas dos livros, dos jornais e das revistas, na tela do computador e na televisão, narradas presencialmente ou transmitidas pelo rádio... Seja lá onde e como aparecem, elas encantam, amedrontam, fazem rir ou chorar, assustam e são capazes de levar, ainda que em pensamento, há lugares distantes. Para pessoas de qualquer idade, especialmente as crianças”. E quem resiste a uma história bem contada ao pé do fogo? Vendo o crepitar da fogueira, olhando como hipnotizado para as fagulhas que se espalham no céu, e como um lobinho feliz abre os olhos e ouvidos para ouvir e viajar na história que o Chefe ou um lobo está contando? A mente está ali fixa no conto, que vai desenrolar uma aventura e ele parte célere junto à história com as personagens. Pode agora ser um herói, um explorador, um grande acampador e naquela história tudo se confunde com sua vida e seus sonhos.

                  “Contar histórias é uma das mais belas ocupações humanas: E a Grécia assim o compreendeu, divinizando Homero que não era mais que um sublime contador de contos da carochinha” Todas as outras ocupações humanas tendem mais ou menos a explorar o homem; só essa de contar histórias se dedica amoravelmente a entretê-lo, o que tantas vezes equivale a consolá-lo. Infelizmente, quase sempre, os contistas estragam os seus contos por os encherem de literatura, de tanta literatura que nos sufoca a vida! Dizia Eça de Queiróz. Mas eu gosto de começar e terminar um conto, uma história. Seja uma lenda, ou seja, real. Um dia descobri as histórias das mil e uma noites. Conta à lenda que na antiga Pérsia o Rei Shariar descobre que foi traído pela esposa, que tinha um servo por amante, o Rei despeitado e enfurecido matou os dois. Depois, toma uma terrível decisão: todas as noites, casar-se-ia com uma nova mulher e, na manhã seguinte, ordenaria a sua execução, para nunca mais ser traído. É uma boa historia, um dia conto uma delas por aqui.

                         Quem não gosta de contar uma história? Dizem que contar histórias é uma arte, pode até ser, mas é uma arte gostosa, palatável de agrado geral. Histórias se contam em todos os lugares, mas nos Fogo de Conselhos e Conversas ao Pé do Fogo elas têm seu lugar. A fogueira alta, o contador de história ilustrando sua narração e fazendo seus gestos, em voz pausada ou mais alta, tentando mostrar as personagens, e todos de olhos fixos tentando ser mais um participante daquela história maravilhosa. Os olhos da moçada não piscam. Sei que até mesmo os adultos se sentem hipnotizados pelo narrador e sua historia. Mesmo aqueles que já estiveram ali por muitas vezes são atraídos pelos grilos e pirilampos com suas luzes brilhantes e saltitantes parecem querer também participar da história. É lindo estar ali com amigos, vendo um céu de estrelas, ouvindo o piar de uma coruja escondida em um carvalho com seus olhos brilhantes em um galho qualquer.

É gostoso demais ouvir o ruído da noite, um contador de histórias perfeito, a gente enrolado na manta se enrosca em um tronco para melhor sentir o calor da história. Nas brasas o bule de café, e enquanto a história vai sendo contada alguém dedilha um violão encantado baixinho, um toque saudoso ao luar. Ouvidos atentos, olhar penetrante cada um vai sentido o ar puro da floresta invadir a seara do Fogo de Conselho. Em determinada hora se ouve os sapos coaxando na lagoa próxima. A brisa não para de soprar. Os velhos mateiros sabem que já está na hora de ouvir o canto do Uirapuru lá bem no fundo da floresta. É um fogo especial, não tem hora para terminar. Outras histórias serão contadas, uma peça bem montada, alguém dá uma gargalhada e quem sabe pode até chorar. Contadores de Histórias atraem até os anjos lá do céu. E você meu amigo que está a ler, se achegue, se assente, venha ouvir e cantar conosco. Sinta-se em casa e se quiser, pode contar uma história, duas o quanto quiser...


“Era uma vez... Num país muito distante, em uma linda floresta verde e amarela como as cores do Brasil, uma matilha e uma patrulha resolveram um dia acampar”...

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Era uma vez... Em uma montanha bem perto do céu...

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