sexta-feira, 8 de maio de 2015

A Gata Borralheira do Reino das Folhas Rosa. (uma história baseada no conto da Gata Borralheira).


Lendas Escoteiras.
A Gata Borralheira do Reino das Folhas Rosa.
(uma história baseada no conto da Gata Borralheira).

                 Era uma vez um Duende que vivia na floresta encantada, e gostava de contar uma antiga lenda, de dois escravos fugitivos de um Faraó do Antigo Egito sem coração. Eles fugiram em uma pequena canoa com uma vela pelo Rio Nilo até o oceano. Anos depois aportaram no Brasil e aproveitando a maré baixa adentrou no Rio Amazonas, até o Rio Negro aonde navegando por vinte luas chegaram a um grande lago azul. Por mais cinco luas velejaram até descobrir uma nascente de um belo rio e ali resolveram dormir. O belo sonho que tiveram os incentivou a entrar selva adentro e lutando contra as adversidades da floresta, abriram picadas por anos e anos. Um dia chegaram a um lindo e enorme vale, florido, cheio de lindas nascentes, onde havia uma grande floresta de árvores de folhas rosa. Conta-se a lenda que ali surgiu um belo reino, e que durante séculos sobreviveu graças à fraternidade existente e também porque nenhum ser humano civilizado pode colocar os pés. Uma enorme nuvem verde pairava sobre o vale, impedindo que aeroplanos pudessem ver aquele reino, onde a Deusa Isis, aquela que nasceu de si mesmo considerada a deusa da fertilidade e do amor fraternal protegia todos habitantes do reino.

                  Nos tempos da lua nova os habitantes corriam em todas as casas para desejar a todos um novo ano de muita felicidade e prosperidade. Eram recebidos com flores, quitutes deliciosos, e abraços fraternais. Iasmim uma linda menina amava esta época onde podia conhecer muitas meninas e meninos e aumentar seu numero de amigos. Seu Professor um bom homem sempre dizia quando a aula terminava: - Mais vale ser pobre e honrar ao Senhor, que ser rico e viver angustiado. Todas as manhãs ela corria pelos montes, brincava com as borboletas, sorria para os Pica paus amarelos e abraçava Cloe uma raposa cinzenta sua amiga. Por maior que seja todo deserto um dia ele se acaba e a vida de Iasmim quase acabou. Sua mãe começou a tossir e foi embora para o reino de Isis para nunca mais voltar. Iasmim chorou por varias luas. Para sua surpresa um dia sua tia Aurora que morava do outro lado do reino veio lhe buscar. Um brilho correu pelo olhar de Iasmim. Agora teria de novo uma família para amar.

                Nem tudo foram flores para Iasmim. A Tia Aurora era exigente, gritava muito com ela e mesmo querendo ser amigas de  Flora e Ruana suas primas quase nunca tinha tempo para brincar. Mal podia ir para a escola, pois cuidava da casa, lavava tudo, passava, e ainda tirava um tempo para cuidar do seu canteiro de flores, violetas que ela plantou para lembrar-se de sua mãe querida. Quando Javé o mascate chegava à cidade ela escondido da Tia Aurora se punha na janela para olhar os lindos vestidos, as lindas sedas coloridas e ela sonhava em fazer um belo vestido para quem sabe um dia ser convidada para um Baile de Gala no Castelo do Rei Thor. Era somente um sonho e para ela impossível. Nunca iria conhecer o salão enorme onde centenas de convidados ouviam cantores famosos, orquestras inesquecíveis e valsas incríveis para dançar. Naquele domingo frei Amon no Templo de Isis contou à novidade que deixou a todos espantados: Um Grupo de Meninos e meninas Escoteiras iria se formar no reino das Folhas Rosa.

              O que seriam estes meninos e meninas Escoteiras? Quem participaria? Será que sua Tia Aurora iria a deixar participar? Não. Ela sabia que não. Suas primas sorridentes trouxeram as primeiras novidades. Contavam para sua mãe que elas iriam excursionar acampar e dormir sob barracas, ver melhor as estrelas no céu que no reino era impossível de ver. Eram tantas coisas bonitas que elas contavam que Iasmim ficou com os olhos cheios de lágrimas por não poder entrar. Mesmo lembrando quando sua mãe dizia que melhor é o pão, quando o coração está ditoso, que riquezas com pesar ela chorava baixinho. Ela não entendia o que isto queria dizer. No aniversário do reino, os Escoteiros do Rei desfilaram. Que coisa bonita! Bonita demais pensou Iasmim. Na frente de todos escoteiros, o Príncipe Apolo com seu cavalo branco e de uniforme com um enorme Chapelão e lenço verde e amarelo no pescoço, desfila garbosamente para seus súditos do Reino. Seu pai se orgulhava de seu filho. Um dia ele seria rei.

               Muitos foram convidados para o Baile da Primavera, onde o rei iria cumprimentar todos os Escoteiros e Escoteiras com a mão esquerda e depois a Orquestra Sinfônica do Maestro Baltazar iria tocar a noite toda. – Posso ir Tia Aurora? Ela olhou com desdém para Iasmim. Porque você deveria ir? É feia, tem uma voz escarnecida, não tem vestido e ainda tem duas trouxas de roupa para passar. Iasmim quando viu suas primas com lindos vestidos indo para o baile chorou. Foi para um canto da casa, sentou e chorou lágrimas doídas. Por quê? Perguntava. Por quê? O que eu fiz? Assustou quando olhou pela janela e viu a Maga Julia de Avelã sorrindo para ela. A cidade inteira dizia que ela era uma fada má, que poderia encantar alguém e transformar em vento e soltar na montanha do adeus para sempre. Iasmim olhou para ela com medo – Não fique linda mocinha, ela disse. Você não quer ir para a festa? Pois então, você vai!

              Com uma varinha mágica de condão, vestiu nela o mais lindo vestido que o Reino já tinha visto. Na porta de sua casa uma linda limusine branca com um chofer vestido de Chefe Escoteiro esperava. Lindas joias cobriu seu corpo e Iasmim sem acreditar no que estava acontecendo partiu para o castelo. Quando saiu a Maga Julia de Avelã disse: - Volte antes da meia noite. Depois todo o encanto desaparecerá. Na entrada um coro de trombetas anunciou sua chegada. Todos olharam espantados. Tia Aurora, Flora e Ruana não acreditavam no que viam. O Príncipe Apolo, agora vestido com seu lindo traje de gala Escoteiro a viu e se apaixonou. – Mas ela é apenas uma menina de treze anos pensou! Mas ele sabia que ia esperar ela crescer. Sabia que ela seria sua rainha um dia e disto ele nunca abriu mão. Foi até ela, fez uma mesura e a tirou para dançar. A Valsa dos Sonhos perdidos ecoou pelo salão. Todos embasbacados com o que viam. Quem era ela? De onde veio? Era linda e todos concordavam que fora destinada ao Príncipe que ela um dia seria a Rainha do Reino das Folhas Rosa.

                Iasmim vivia seu sonho. Nunca pensou que isto iria acontecer. Mas tudo que é bom tem que terminar e nem sempre a felicidade dura para sempre. As doze badaladas da meia noite se fez ouvir. Ela saiu correndo e desapareceu na noite escura do reino. O Rei ficou abismado, o Príncipe apaixonado não sabia o que fazer. Viu que ela deixou um lindo sapatinho de cristal na porta do castelo. No dia seguinte, com um séquito de soldados do reino foi de porta em porta. Mandou que viesse todas as moças que moravam ali. O sapatinho de cristal não serviu em ninguém. Na casa de Iasmim, sua tia a prendeu no porão e levou suas filhas sorrindo para calçar o sapatinho. Nada, o príncipe choroso queria desistir. Um Velho Chefe Escoteiro de barbas brancas que era um antigo Escoteiro do mundo passava por lá disse para ele: - No porão vais encontrar sua amada. O casamento se realizou cinco anos depois. Escoteiros e Escoteiras de todo o mundo estavam presente. Durante o tempo que o príncipe a esperou crescer Iasmim foi Escoteira, acampou, amou o escotismo como amava o Príncipe Apolo.


                 E o Reino das Folhas Rosa até hoje está lá muito feliz com seu rei e sua rainha. Dizem que até hoje no alto Amazonas ninguém consegue achar sua trilha. Diz à lenda que eles viveram felizes para sempre e hoje seus oitos filhos dirigem oito Grupos Escoteiros que faz de toda a juventude do reino, perfeitos Escoteiros e Escoteiras para servir a Deus a Deusa Isis e ao Rei Apolo.            

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Era uma vez... Em uma montanha bem perto do céu...

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